sexta-feira, janeiro 29

Lembranças do meu quintal..



Depois do almoço, principalmente na primavera, eu costumava me isolar no quintal, onde existia um pé de maracujá, que por sinal era sempre o meu refugio secreto e lá eu me lembrava de desprezar todas as pessoas e coisas que me faziam esquecer quem eu era. Passava horas e horas a observar uma das coisas que mais me perturbava: as borboletas, não por serem bonitas e ficarem dançando sobre as flores de maracujá (que são lindíssimas), mas, por que sabia que o seu tempo por aqui na terra era muito curto, algumas duram no máximo três meses. Eu me questionava e me abalava mais e mais..por que elas eram fadadas a tudo isso!!! Inicialmente serem larvas, a rastejarem pelo chão e no momento em que são belas e que podem voar, duram tão pouco? O que eu faria para eternizá-las? De inicio peguei uma caixa de camisas e coloquei dentro um isopor, comprei uns alfinetes e comecei a minha grande peripécia “eternizá-las”, porque tinha medo de nunca mais ser feliz sem as tais presenças desses insetos de ordem lepidóptera. E assim eu podia todos os dias revê-las, mesmo não estando na primavera, aquilo me alegrava, pois elas estavam comigo. Hoje não as tenho mais. O que ficou foram apenas lembranças do meu quintal que jamais vão se apagar.

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